Quem deu o furo, para variar, foi a Coluna do Moreno (do grande Jorge Moreno), em O Globo, sábado retrasado. Com a ajuda do TCU e e do Itamaraty, o governo descobriu que cinco mil itens do acervo do Planalto, do Alvorada e da Granja do Torto teriam desaparecido durante os governos Lula e Dilma. Entre eles, diversas obras de arte. Cerca de 700 presentes recebidos de chefes de estado estrangeiros deixaram de ser catalogados pelo Patrimônio da União, como determina a lei. Registrei essa ocorrência no relatório de Análise de Imprensa que foi enviado para clientes na segunda feira, dia 8.
Neste último fim de semana, Veja e IstoÉ publicaram reportagens sobre a auditoria do TCU. O prejuízo, se esses bens não forem encontrados, é estimado em R$ 5,8 milhões. Detalhe: a faixa presidencial, que deveria estar guardada em um cofre no Planalto, também sumiu!
A faixa atual foi encomendada por Lula, a um custo de R$ 55 mil. A anterior estava desgastada. A nova é mais larga e tem franjas com fios de ouro. Além do brazão da República, leva um broche de ouro, cravejado com 21 diamantes. Não ficou claro se a jóia também tomou chá de sumiço.
Normalmente, a faixa presidencial só deve ser usada uma vez por ano, durante o desfile de Sete de Setembro. E nas cerimônias de transmissão de cargo dos presidentes.
E agora, se houver mesmo o impeachment de Dilma? Michel Temer certamente não ficará tão bem na foto oficial.
Na última sexta-feira, uma das faixas teria sido encontrada, mas ainda não se sabe qual delas. Ou se é, até mesmo, uma falsificação barata.
As investigações do governo começaram quando a operação Lava-Jato encontrou centenas de peças que seriam do acervo pessoal do ex-presidente Lula guardadas em containers no depósito, no sítio de Atibaia e em uma sala-cofre do Banco do Brasil.
Toda essa história está muito mal contada. Não se deve nunca apontar suspeitos sem provas e muito menos antecipar julgamentos. No entanto, para variar, os esclarecimentos estão demorando demais. Segundo os técnicos que apuram o caso, um complô para apagar vestígios desses malfeitos teria sido urdido dentro da Secretaria de Administração da Presidência da República.
Na minha terra isso se chamaria furto qualificado. Se for verdade, é pilhagem pura!
Não seria o caso, então, de abrir um inquérito na Polícia Federal? Alguém já pensou nisso?
Espero, mais uma vez, que os responsáveis sejam devidamente investigados e julgados com rigor; se forem culpados, que sejam condenados e presos ― e todo os bens recuperados. Independentemente de partidos, cargos ou funções que ocupem.
Afinal, esse patrimônio é nosso, da Nação, do País. Ou será que não?!
Pois é, como sempre digo, é isso o que costuma acontecer quando funcionários públicos, executivos de estatais e governantes confundem a vida pública com a privada.
E não é de hoje!
Em tempo: a faixa era a original. E ontem (17/08), um faxineiro encontrou o broche presidencial embaixo de um armário no Planalto em que deveria estar guardado. Agora só falta achar os outros 4.999 itens “desaparecidos”.
Uma resposta para “Da série “Perguntar Não Ofende”: onde foi parar a faixa presidencial?”
Estava sentindo falta de seu blog. Sempre objetivo.