A reta final do impeachment

  • Por:Ibsen Costa Manso
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Nestas últimas horas que precedem a votação do impeachment na Câmara, intensificaram-se as pressões, ofertas e negociações, de parte a parte, tendo como foco, principalmente, os deputados ainda indecisos.

O Diário Oficial publicou dezenas de nomeações; mais de R$ 150 milhões em emendas parlamentares foram liberadas pelo Planalto. O vice-presidente, Michel Temer, que estava em São Paulo, voltou a Brasília para retomar os contatos diretos e reagir às acusações contidas no discurso de Dilma divulgado nas redes sociais.

Na final da noite de sexta-feira, houve um princípio de comemoração na ala governista, que teria detectado reversão de alguns votos pró-impeachment. No entanto, um balanço na noite de sábado indicava ainda o favoritismo da oposição, por margens que variam de 20 a 30 votos, dependendo da escolha entre os diversos levantamentos que estão sendo realizados pelos partidos; e estabilidade no campo governista, que não teria atingido os 172 votos necessários para garantir o arquivamento do atual processo de impeachment na Câmara.

Aparentemente esgotado o teto de parlamentares dispostos a dizer “não” publicamente ao pedido de impeachment, o governo passou a trabalhar para, ao menos, tentar ampliar as abstenções e ausências. Assim, também dificultaria a obtenção dos 342 votos (2/3, dos 513 deputados), necessários ao encaminhamento do processo para o Senado.

Em outra frente, cresce um movimento entre partidos de esquerda, de oposição ao governo petista, mas que não se alinham com PMDB, PSDB, DEM, etc., por neutralidade na votação de amanhã. “Nem Dilma, nem Cunha”, é o slogan desse grupo.

Sem entrar no mérito dessa posição, do ponto de vista prático e político essa neutralidade não existe. Dizer que não vota em nenhuma das duas oposições, simplesmente é computado como abstenção, portanto ponto para Dilma e para o governo.

Voltando às enquetes, jornais e blogs também publicam listas com o posicionamento declarado antecipadamente pelos deputados. Quase todos também dão a aprovação do impeachment como certa. Contudo, o levantamento definitivo, e o único que tem valor legal de fato, é o que começará a ser realizado amanhã a partir das 14hs, no plenário da Câmara.

Não existe eleição e nem votação ganha de véspera.

Serão horas intermináveis e de muita tensão. Há, ainda, muita expectativa sobre o que virá depois. Seja lá quem for o vencedor dessa disputa.

A conferir.

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